Ida a Wolfsburg 1/10 | A caminho da cidade-sede da Volkswagen


VW, Wolfsburg e eu

Até os meus 16 anos, praticamente todos os carros da família eram Volkswagen. Claro que naquele tempo havia apenas 4 grandes montadoras no Brasil (GM, Ford e Fiat são as outras), o que tornava as opções bastante limitadas quando comparadas aos dias de hoje. No entanto, como a paixão por carros sempre esteve presente no meu dia-a-dia, eu naturalmente sabia que a escolha daquela marca não era uma mera coincidência.

Ainda nos anos 80, quando passeava na Variant II 1981 “verde catarro” do meu pai, um desenho no centro do volante chamava minha atenção. Com o tempo aprendi que aquele símbolo era uma representação do brasão de Wolfsburg – a cidade-sede da Volkswagen, na Alemanha. Lá, a montadora do “carro do povo” alega ter a maior fábrica de automóveis do mundo. Desde então, Wolfsburg está para mim como Ciudad del Este está para um muambeiro. Eu tinha que ir lá.

A viagem

Eis que esse dia chegou. Com passagens compradas pra Amsterdam e roteiro livre por 12 dias, não foi difícil encaixar uma ida a Wolfsburg, a menos de 500km de distância. Seria possível ir de trem ou avião, mas ainda não inventaram forma melhor de viajar do que de carro. Neste ponto, a Alemanha ainda tem uma importante vantagem: Estradas excelentes e sem limite de velocidade, as famosas autobahns.

Claro que eu não iria pegar uma autobahn num Peugeot 107. Reservei um carro da categoria Luxury da Sixt, que pelo site seria uma BWM Série 5 ou similar. Por incrível que pareça, o valor foi quase o mesmo que paguei por um Celta (equipado com ar-condicionado e rádio FM!) no verão passado, em Natal-RN, também por uma semana.

No guichê da locadora acabei recebendo a chave de um Audi A5 Sportback, que mais tarde ajudaria a não me sentir um estranho em Wolfsburg. Fato é que que 80% dos carros que rodam lá são VW, 15% são das marcas do grupo VW (onde eu me encaixava) e a maioria dos 5% forasteiros eram de outros países (Fiat, Ford, Citroën etc.). BMW e Mercedes não tem vez.

A estrada, como esperado, é excelente. Mesmo nos trechos em obras é possível andar a cerca de 80km/h com segurança. No trechos livres, as vias A1, A30/E30 e A2, por onde viajei, se mostraram sinuosas e com mais caminhões que imaginava, mas nada que nos impedisse de fazer uma média de 150km/h! O motor 1.8 Turbo de 170hp do A5 não empolga, mas também não deixa a desejar, especialmente nas retomadas, de rápida resposta. A máxima foi de 220km/h, mesma que consta no manual.

Cruzei, ultrapassei e fui ultrapassado por belas obras da engenharia alemã.

Além de Wolfsburg, demos uma “esticada” até o sul da Alemanha, fazendo a famosa Rota Romântica e em seguida algumas cidades na Bélgica, rodando um total de 2497km, com média de 10,9km/L.  Um fato interessante é que carros com mais de 10 anos de fabricação são relativamente raros na Alemanha, o que faz o fluxo na estrada fluir bem, já que a frota é bastante moderna.

A cidade

Wolfsburg era inicialmente batizada de Stadt des KdF-Wagen (Cidade dos Carros KdF). Somente em 1945 passou a ser chamada pelo atual nome, referência ao castelo que se localiza dentro de seu território. A população é de mais de 120.000 habitantes e estima-se que 40% deles trabalha para a VW. Um detalhe interessante é que a frota de carros é maior que a população, cerca de 1,4 por habitante com idade para dirigir.

A cidade também é casa do clube de futebol de mesmo nome, que utiliza o estádio Volkswagen Arena. A marca também patrocina o uniforme do time.

Volkswagen Arena - A marca da montadora alemã está em toda parte
Volkswagen Arena – A marca da montadora alemã está em toda parte

Voltando ao que interessa a nós, antigomobilistas, há duas atrações absolutamente imperdíveis por lá: O AutoMuseum Volkswagen e a famosa Autostadt. Os locais são próximos – cerca de 2km de distância, separados pelo rio Aller, que corta a cidade. É para estes dois lugares que vamos na continuação desta história, que foi estrategicamente dividida em 10 partes.

Chegando à Wolfsburg. Continua…

Continua: Ida a Wolfsburg 2/10 | AutoMuseum Volkswagen – Refrigerados a água –>

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