O cinema frequentemente nos presenteia com obras-primas que transcendem o tempo, e “Bullitt” é um tesouro que permanece indelével na história do cinema devido à sua cena de perseguição de carros que definiu um padrão. Lançado há 55 anos, em 17 de outubro de 1968, este filme não é apenas uma referência para os amantes do cinema; é um culto ao mundo automobilístico, destacando-se por sua narrativa envolvente, direção magistral e, é claro, os carros.
A Perseguição de Carros de São Francisco
“Bullitt” é conhecido por sua perseguição de carros pelas ruas íngremes de São Francisco. O duelo entre o Dodge Charger e o Ford Mustang é uma das rivalidades mais memoráveis da história do cinema.
O diretor Peter Yates e sua equipe realizaram essa façanha sem o auxílio dos efeitos especiais modernos, tornando-a ainda mais impressionante. A cena é um espetáculo de pura adrenalina, com os roncos dos motores V8 rugindo pelas colinas, derrapando em curvas perigosas e saltando pelas ladeiras. É uma coreografia automobilística que continua a inspirar cineastas e entusiastas de carros.
No centro desta cena de perseguição está o lendário Ford Mustang GT dirigido por Steve McQueen, que interpreta o Tenente Frank Bullitt. Este carro se tornou um ícone automobilístico e uma extensão do próprio personagem de McQueen.
“Bullitt” é uma obra-prima cinematográfica que marcou a história do cinema e do automobilismo. Este filme continua a ser celebrado por amantes de carros em todo o mundo, e sua influência perdura em cada cena de perseguição automobilística que vemos nas telas de cinema hoje em dia. Se você é um entusiasta de carros, “Bullitt” é um clássico que não deve ser perdido.
O Mustang “Bullitt” original
Em março de 1968, a Warner Brothers adquiriu o Mustang Bullitt original, juntamente com um segundo carro usado para acrobacias. Após a intensa performance nas telas, o Bullitt passou por reparos em uma oficina mecânica em Hollywood e, posteriormente, acabou nas mãos de um funcionário da Warner. Eventualmente, foi vendido a um detetive da Costa Leste, que o colocou à venda em 1974.
Bob Kiernan viu o anúncio na revista Road & Track e adquiriu o famoso Mustang, que tinha apenas 30.000 quilômetros rodados. Naquela época, carros de cinema não eram tão valorizados, então Kiernan utilizou-o como seu veículo diário até 1980.
Ao longo dos anos, apesar de várias ofertas, Kiernan sempre recusou-se a vendê-lo, mesmo para Steve McQueen. Após a morte de Kiernan, o Bullitt passou para seu filho Sean, que finalmente revelou ao mundo, em 2017, o segredo bem guardado da família.
O Mustang Bullitt original foi leiloado em 10 de janeiro de 2020, alcançando o recorde de US$ 3,74 milhões, tornando-se o Mustang mais caro já vendido.
Mas e o outro Mustang usado nas acrobacias do filme? A versão dublê ressurgiu em um ferro-velho mexicano em 2017, tornando-se um dos barn finds favoritos de todos os tempos. Tem até miniaturas dele.
O Charger de “Bullitt” original
O Dodge Charger R/T 1968 sobrevivente é um dos dois veículos usados no icônico filme de Steve McQueen de 1968, Bullitt. O segundo carro explodiu no posto de gasolina no final da cena de perseguição.
Antes de chegar à ChromeCars em 2015, o Charger foi adquirido do proprietário anterior em 2002. Ele, por sua vez, comprou o carro de um homem que o comprou em 1970 na concessionária Valley Dodge em Van Nuys, Califórnia. Quando o novo proprietário começou a restaurar o carro, que na época ainda era ouro, em 2002, ele não tinha ideia da história que esse veículo escondia. Só quando estava lixando a tinta ele ficou surpreso – ele encontrou uma camada de amarelo por baixo da tinta dourada, depois preto e amarelo novamente por baixo. Ele também notou alguns buracos na carroceria, o que era muito atípico para um Dodge Charger.
Após intensa pesquisa e várias entrevistas com testemunhas contemporâneas, descobriu-se que Bill Hickman, um dublê que dirigiu o Charger no filme “Bullitt”, comprou dois Dodge Chargers de Glendale Dodge, no sul da Califórnia, em 1968. Como não havia carregadores pretos disponíveis na época, ele comprou um azul e um amarelo. Ambos foram pintados de preto para o filme. O carro azul foi usado nas cenas de batalha e acabou na explosão do posto de gasolina. O carro amarelo foi usado como veículo-câmera e para as tomadas do interior durante a perseguição. Vários furos de montagem no veículo confirmam isso. Após o filme, o carro foi devolvido a Glendale Dodge, onde foi repintado com sua cor amarela original e vendido. Se você comparar as fotos do carregador da câmera e dos pontos de montagem da câmera com os orifícios de montagem no veículo, elas correspondem 100 por cento.
O Charger “Bullit” é equipado com motor V8 440 e caixa manual de 4 velocidades. Tem cerca de 66,000 milhas rodadas.
O Legado Automobilístico de “Bullitt”
“Bullitt” deixou um impacto profundo no mundo dos carros e se tornou uma parte essencial da cultura automobilística. O Dodge Charger R/T 440, assim como o Ford Mustang GT Fastback 390, usados no filme, são considerados ícones automobilísticos. Os fãs de carros ainda buscam replicar o estilo icônico desses veículos.
No vídeo abaixo uma réplica muito bem feita flagrada em Vancouver, BC, Canadá.
A Ford traz de volta a lenda das telas
A Ford lançou três edições especiais de seu muscle car inspirados no filme: uma em 2001, outra em 2008, e mais recente em 2018, no 50º aniversário da produção cinematográfica. Vamos falar mais de cada uma delas.
2001
Em uma reminiscência do filme Mustang de 1968 que leva seu nome, a Ford lançou o Mustang Bullitt GT 2001 depois que uma versão conceitual foi aclamada no Salão do Automóvel de Los Angeles em 2000. Baseado no Mustang GT de 2001, o Bullitt de produção limitada apresentava um V-8 de 4,6 litros ajustado para melhor fluxo de ar e potência.
A equipe Mustang também deu ao Bullitt uma suspensão mais firme e rebaixada para uma tocada mais rígida, bem como melhorias externas e toques internos destinados a capturar o espírito do carro do filme. Rodas exclusivas, emblema “Bullitt” na tampa de abastecimento de combustível em alumínio escovado ajudaram a completar o visual, com uma etiqueta de identificação de fábrica para identificar cada Bullitt 2001 como um verdadeiro colecionável.
Curiosamente, o Mustang Bullitt 2001 estava disponível em três cores: Dark Highland Green, Black e True Blue. Com apenas 5.500 unidades fabricadas, a cor True Blue é especialmente rara.
Produção Total (apenas Coupe): 5582
- Dark Highland Green: 3041
- Black: 1819
- True Blue: 722
2008
Pouco depois do lançamento do novo Mustang 2005, a conversa sobre a reintrodução de uma edição Bullitt era galopante entre os entusiastas do Mustang. Com a chapa metálica no topo da nova plataforma S-197 espelhando tão de perto o formato clássico do Mustang 1968, não é de admirar que tantas pessoas tenham ficado entusiasmadas quando a Ford revelou a edição Bullitt do Mustang GT para 2008.
Os engenheiros recorreram à Ford Racing para uma série de atualizações para tornar o novo Bullitt muito mais do que apenas um pacote de aparência. O Power Upgrade Package da Ford Racing adicionou 15 cavalos extras aos 300 do Mustang GT. O sistema de escapamento duplo foi especificamente ajustado para soar como o carro do filme Mustang 1968 do detetive Frank Bullitt.
Mantendo o estilo do filme clássico, o Bullitt 2008 foi despojado de emblemas, furos e spoilers, com a falsa tampa do tanque no porta-malas ostentando o único nome da fera. Uma grade exclusiva e rodas de 18 polegadas especialmente criadas completavam os tratamentos externos, enquanto o acabamento interno específico da Bullitt com emblema Bullitt e uma alavanca de câmbio de alumínio completavam a transformação Bullitt. Cada Bullitt 2008 recebeu seu próprio número de série específico do VIN em uma placa de identificação especial afixada no suporte da torre do suporte do carro. O Mustang Bullitt 2008 foi disponibilizado em Dark Highland Green (específico para o Bullitt) ou em preto.
Produção total (apenas Coupe): 5,808
- Dark Highland Green: 4377
- Black: 1431
2018
Em janeiro de 2018, a Ford apresentou o uma edição limitada do Mustang Bullitt, com motor V8 de 5.0 litros reajustado de 475 cavalos de potência e 58 kgfm de torque, atingindo uma velocidade máxima de 262 km/h. O câmbio é manual de seis marchas, sem opção de transmissão automática.
A versão presta homenagem ao carro do filme de 1968 com uma aparência totalmente inspirada no modelo do filme, na clássica cor exterior Dark Highland Green ou preata, rodas escurecidas e sutis detalhes cromados; os destaques interiores incluem um painel de instrumentos retrô e bancos RECARO® revestidos em couro preto com costuras verdes exclusivas.
Produção total (apenas Coupe): ~ 11606 (números não confirmados)
- 2019: 8040
- 2020: 3566
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